sábado, 20 de outubro de 2012

Meditação mindfulness

Há algumas décadas, pesquisadores vêm apontando a ligação entre meditação e a terapia cognitivo-comportamental. Em 2002, a Associação de Terapia Comportamental e Cognitiva (então Associação para o Progresso da Terapia Comportamental) publicou uma edição especial dedicada à integração da filosofia budista a essa abordagem psicoterápica.

Os autores argumentam que interpretações budistas para o sofrimento estão intimamente relacionadas a deduções embasadas no conhecimento a respeito do “eu”.

A ideia de karma, por exemplo, estaria “refletida” nas técnicas da terapia cognitivo-comportamental que enfatizam comportamentos positivos e não prejudiciais como terapêuticos. Eles indicam ainda que a meditação pode representar um antídoto útil ao “comportamento não virtuoso” por meio do estado de atenção plena, sem preocupação com julgamentos.

A ideia de mindfulness, central no pensamento budista, refere-se a uma conscientização cuidadosa dos próprios pensamentos e emoções, fundamental na meditação.

A prática busca promover uma forma de consciência de pensamentos negativos na qual qualidades como aceitação, descentralização e desapego favorecem a capacidade de refletir e influenciar as próprias experiências cognitivas. Essa orientação direcionada aos próprios pensamentos de forma flexível é capaz de promover a regulação afetiva.

Mindfulness (sem tradução exata no português, é definida como um estado de atenção plena, voltada para o momento presente, de forma intencional, sem julgamento), tem sido pesquisada pelo programa de redução do estresse baseado em mindfulness (MBSR, na sigla em inglês), criado pelo pesquisador Jon Kabat-Zinn, professor da Universidade de Massachusetts, EUA.

(Revista Mente & Cérebro (214 nov/2010)




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