quinta-feira, 20 de setembro de 2012

O Colesterol e Triglicérides


O metabolismo refere-se à maneira que nosso corpo processa todas as coisas que as células precisam para trabalhar normalmente. Se o metabolismo está anormal, isto significa que alguns destes processos podem estar fora de ordem. O nome comum para gordura do corpo é lipídio. Há dois tipos de lipídios: colesterol e triglicérides. No caso do colesterol, existem o bom e o ruim.
O colesterol bom é chamado de HDL. É uma medida de proteção contra doenças cardíacas e geralmente tem presença reduzida em pessoas portadoras do HIV e de outras doenças crônicas.
O colesterol ruim é chamado de LDL. Um alto nível de colesterol LDL e um nível baixo de colesterol HDL aumentam o risco de doenças cardíacas.
Se a pessoa apresenta altos níveis de colesterol LDL, alguns fatores de risco podem aumentar suas chances de doenças cardíacas tais como: cigarro, hipertensão, histórico familiar, sedentarismo, diabetes, triglicérides alto, obesidade e uso de drogas. É muito importante que aqueles que usam inibidores de protease monitorem os níveis do colesterol ruim (LDL).
Anormalidades no processamento e nos níveis de açúcar e de gordura podem ocasionalmente causar alguns sintomas físicos como: cansaço, tontura (devido à hipertensão), perda de concentração, maior vontade de urinar, sede na maior parte do tempo. Entretanto, muitas pessoas não se dão conta dos problemas por um longo período, mesmo que apresentem altos níveis de gordura e/ou açúcar no sangue, o que as colocam em risco de futuras doenças cardíacas.
Os níveis de colesterol podem variar. Portanto, um único resultado alto não é definitivo. O que importa é a tendência durante um certo período. A maior influência sobre os níveis de colesterol é de ordem genética. As dietas são muito importantes para se controlar os triglicérides e podem ajudar os níveis de glicose e insulina. Fazer as medições em jejum é a maneira mais precisa de se avaliar lipídios e glicose.
O colesterol e a dieta 

Dentre os muitos elementos envolvidos no controle do colesterol, o equilíbrio entre medicação, dieta e exercícios, bem como o apoio do profissional de saúde, família e amigos constituem-se num diferencial na vida do paciente. A seguir, a diretora clínica do CITEN - Centro Integrado de Terapia Nutricional, detalha em perguntas e respostas algumas indicações nutricionais para o controle do colesterol. 

- Por que o colesterol alto é um inimigo da saúde? 

Os vilões do colesterol são os hábitos pouco saudáveis na alimentação. Mas o problema é quando ele circula em excesso pelo organismo e acaba estacionando nas paredes das artérias, causando a formação de placas que acabam obstruindo-as, contribuindo assim, para o surgimento de uma doença conhecida por arterosclerose. Existe também uma predisposição genética para a doença, que combinada a outros fatores de risco podem levar ao infarto, derrame cerebral, invalidez precoce e morte. 

- Existem sintomas evidentes que demonstram a alta da taxa do colesterol? 

Não, muitas vezes, o indivíduo só vai saber que tem a doença tarde demais, quando um vaso sangüíneo se obstrui completamente. Algumas vezes, ele é alertado por sintomas como a obstrução arterial iminente: a angina, que prenuncia o infarto do miocárdio ou por dores nas pernas ao caminhar, que podem indicar a obstrução arterial periférica e chegar à amputação dos membros inferiores. A má circulação do sangue, causada pelo acúmulo de gordura nas artérias, prejudica a oxigenação do organismo como um todo. 

- Qual o tratamento indicado para a arteriosclerose? 

Existem remédios para controlar o colesterol alto, mas a aterosclerose só melhora com uma mudança mais significativa no estilo de vida. Reduzir o estresse, praticar exercícios físicos, manter a pressão arterial estável e o peso sob controle são fundamentais. As pessoas que tem diabetes devem ficar mais atentas para o surgimento da doença. Neles, os valores de normalidade do colesterol são ainda mais rigorosos. 

- Quais as formas de prevenção à doença? 

Quem tem predisposição genética deve procurar manter hábitos de vida saudáveis, evitando o fumo, controlando o colesterol e a pressão. Somando-se a esses esforços, o paciente deve seguir uma dieta saudável para reduzir sua taxa de colesterol. 

- E quais são as principais orientações nutricionais para controle do colesterol? 

1) Alterar o consumo do leite e derivados para as versões desnatadas. Na corrida da indústria alimentícia para atender a demanda de alimentos nutritivos, menos calóricos e com sabor agradável, o leite e seus derivados estão bem adiante. Os leites e iogurtes desnatados, os queijos magros e com baixo conteúdo em colesterol, as margarinas sem gordura trans hidrogenadas e com adição de fitosteróis, as maioneses sem colesterol têm chegado ao mercado atendendo a essa demanda de sabor e nutrição com baixas calorias; 

2) Aumentar o consumo de fibras solúveis, uma vez que são benéficas ao metabolismo em geral e ao das gorduras, em especial; 

3) Reduzir o consumo de carne vermelha e proteína animal, porque representam importante fonte de gordura e colesterol. O hábito do brasileiro de organizar um churrasco, a cada final de semana, faz das carnes vermelhas as grandes fontes de consumo de colesterol no Brasil; 

4) Evitar o consumo de camarão, frutos do mar e vísceras como fígado; 

5) Diminuir o consumo dos ovos, pois uma gema de ovo de galinha contém em média 300mg de colesterol, quantidade máxima recomendada de ingesta de colesterol para um dia inteiro. Sorvetes, doces gordurosos e bolos que levam ovos e manteiga em suas receitas também são ricos em colesterol. 

- É recomendável a eliminação completa das gorduras de nossa alimentação? 

A gordura, em quantidade adequada, é um macronutriente tão importante quanto os outros dois (carboidratos e proteínas), principalmente as gorduras insaturadas, encontradas no azeite, óleo vegetal, peixes de água gelada, como salmão e truta, nozes e castanhas. Além disso, a gordura é a grande responsável pelo sabor dos alimentos. Diferentemente do açúcar, que pode ser substituído pelos adoçantes, muitas vezes sem alterar o sabor dos alimentos, a gordura não tem um substituto à altura. Sempre que reduzimos as gorduras de nossa alimentação, reduzimos também um pouco do sabor dos alimentos. Isso acontece com as carnes, molhos, sopas, cozidos e refogados. Mas vale a pena tentar trocar o bacon pelo alho, abusar da cebola e de alguns condimentos como o gengibre, trocar a maionese pelo queijo cottage ou pelo molho de iogurte, reduzir o óleo vegetal, por mais que sua proporção entre as gorduras saturadas e poliinsaturadas seja favorável. Podemos fazer muito para reduzir o colesterol de nossa dieta, sem sacrificar o sabor das refeições. 

- A proteína de soja é um bom instrumento para o combate ao colesterol? 

Em fevereiro de 2006, em sua mais recente publicação, a Sociedade Americana de Cardiologia, por meio de seu Comitê de Nutrição, fez uma análise dos últimos 10 anos de pesquisa sobre os efeitos da proteína de soja e das isoflavonas no combate ao colesterol. Resultado: elas não conferem nenhum benefício no perfil lipídico, no colesterol e na pressão arterial, não sendo recomendado a sua utilização em suplementos alimentares ou pílulas. Por outro lado, muitos alimentos derivados de soja podem ser benéficos à saúde cardiovascular, devido ao seu alto teor de gorduras poliinsaturadas, fibras, vitaminas e minerais e ao seu baixo conteúdo de gordura saturada. 

- E qual a eficácia dos fitosteróis no combate ao colesterol? 

Um apanhado de 14 estudos científicos foi publicado em 2005, pelo American Journal of Cardiology, revelando que a suplementação de margarinas com os chamados fitosteróis foi capaz de reduzir os níveis do colesterol em 9-14%. Isso foi conseguido com 3g de fitosteróis ou o equivalente a 20g de margarina enriquecida com fitosteróis por dia - 1 colher de sopa cheia distribuído nas refeições. 

- E além da orientação nutricional, quais os medicamentos empregados para o controle do colesterol? 

A descoberta das estatinas revolucionou o tratamento medicamentoso do colesterol, pois algumas vezes, a dieta não possibilita ao paciente o alcance de um perfil normal de gorduras no sangue, devido a alterações no seu organismo que os tornam produtores de grande quantidade de colesterol. Nesses casos específicos, só a dieta não basta. Um grupo de medicamentos, as estatinas, têm um intenso efeito redutor do colesterol, além de benefícios reais na prevenção e tratamento das placas de gordura, responsáveis pelo surgimento da aterosclerose. Entretanto, devem ser utilizadas apenas com supervisão médica, pois apresentam contra-indicações e a possibilidade de efeitos colaterais sérios. 

- E quem é diabético, também deve fazer o controle do colesterol? 

Sim, os cuidados com a dieta devem ser redobrados pelas pessoas diabéticas, pois elas apresentam riscos de manifestações da aterosclerose de três a quatro vezes maior que as não-diabéticas. No diabético, os valores considerados normais para o colesterol são ainda mais baixos do que a população em geral. 
Os relatos e informações expressos no texto acima refletem a opinião do autor, ficando o nosso website isento de qualquer responsabilidade com relação à utilização e aplicabilidade dessas informações.


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