segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Uniões Antipáticas

Como a afeição entre dois seres pode se transformar em antipatia e, algumas vezes, em ódio?

Quantos há que pensam amar perdidamente porque julgam apenas as aparências, e, quando são obrigados a viver em comum, não tardam a reconhecer que se tratava somente de uma paixão material! Não é suficiente estar enamorado de uma pessoa que vos agrada e que supondes dotada de belas qualidades; é vivendo realmente com ela que a podereis apreciar. Quantas uniões, por outro lado, que a princípio pareciam incompatíveis e com o correr do tempo, quando ambos se conheceram melhor , se transformaram num amor terno e durável porque baseado na estima recíproca! É necessário não esquecer que o Espírito é quem ama, e não o corpo, e que, dissipada a ilusão material, o Espírito vê a realidade.

Há duas espécies de afeição: a do corpo e a da alma, e freqüentemente se toma uma pela outra.
A afeição da alma, quando pura e simpática, é duradoura; a do corpo é perecível; eis porque os que se julgam amar com um amor eterno acabam se odiando, quando passa a ilusão.
 
A falta de simpatia entre os seres destinados a viver juntos não é igualmente uma fonte de sofrimentos, tanto mais amarga quando envenena toda a existência?
Em primeiro lugar, as vossas leis são erradas, pois acreditais vós que Deus vos obriga a viver com aqueles que vos desagradam? Depois, nessas uniões procurais quase sempre mais a satisfação do vosso orgulho e da vossa ambição do que a felicidade de uma afeição mútua. E sofreis, então, apenas a conseqüência dos vossos preconceitos.
 
Mas nesse caso não haverá quase sempre uma vítima inocente?
Sim, e isso é para ela uma dura expiação, mas a responsabilidade de sua infelicidade recairá sobre os que a causaram. Se a luz da verdade tiver penetrado em sua alma, ela se consolará com a fé no futuro. De resto, à medida que os preconceitos se enfraquecerem, desaparecerão também as causas das infelicidades íntimas.

(Chico Xavier)

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