segunda-feira, 27 de maio de 2013

Reumatologista - A hora certa de procurar

A principal característica das doenças reumatológicas é a inflamação que pode afetar pessoas de todas as idades e raças. Conheça mais sobre essas patologias que, quando não tratadas, levam à limitação dos movimentos

A maioria dos pacientes que procuram por um reumatologista relata dor no cotovelo,
coluna, joelho, pés etc, mas também dores musculares ou nos tendões.

Muitas pessoas acreditam que doenças reumatológicas são típicas de idosos. Mera crença popular. Patologias desse tipo podem afetar a todos e até mesmo crianças. Para o reumatologista Cristiano Zerbini, coordenador do Núcleo Avançado de Reumatologia do Hospital Sírio-Libanês (SP), o maior mito relacionado à sua especialidade é a crença de que o reumatismo pode levar ao uso de uma cadeira de rodas.  Segundo o médico, atualmente, se alguém apresenta sintomas comuns a elas, é importante saber que, quanto mais cedo for a intervenção, melhores serão as perspectivas de preservar as estruturas das articulações e maiores serão as chances de remissão.

Já a médica Inês Guimarães da Silveira, professora da Faculdade de Medicina da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC/ RS), afirma que a dor articular é um sinal que nunca deve ser desprezado, pois é ele que indica a urgência de buscar ajuda. Veja a entrevista que os especialistas concederam à VivaSaúde.

Quais são as doenças que um reumatologista trata?

Zerbini: Todas que acometem as articulações (também conhecidas como juntas), os músculos, ligamentos e tendões, além das patologias chamadas autoimunes. Há ainda uma área que trata a dor de uma forma geral. A doença mais importante é a artrite reumatoide (AR), que é seguida pela osteoatrose ou artrose, o lúpus, a gota, a fibromialgia e as lombalgias.

Quais são as causas das doenças?

Zerbini: Na maioria das vezes, elas são autoimunes, isto é, há uma desregulação no sistema imunológico que faz com que esse sistema ataque o próprio organismo. Exemplos são a AR e o lúpus. A artrose tem como causa o desgaste das articulações e sua sintomatologia se manifesta depois dos 55 anos de idade.

Quem é mais afetado?

Zerbini: As mulheres, mais do que os homens, e os idosos, mais do que os jovens. Na AR predominam as mulheres, enquanto na gota encontramos dez homens para cada mulher. Jovens podem ser acometidos por AR juvenil, antes dos 16 anos de idade.

Inês: Entre as mulheres, destacam-se as jovens na fase reprodutiva. A espondilite, além de afetar homens jovens, também compromete mulheres e, menos frequentemente, a doença pode iniciar na infância, ou mesmo na velhice.

E as queixas mais frequentes?

Zerbini: A maioria dos pacientes relata dor no cotovelo, coluna, joelho, pés etc., mas também dores musculares ou nos tendões. Muitas vezes, são encaminhados por um clínico geral que, tendo observado esse quadro, solicitou previamente exames para investigar alguma doença reumatológica.

Quais são os exames solicitados?

Inês: Radiografia simples, ultrassonografia e ressonância magnética podem auxiliar.

Zerbini: Todos visam investigar a atividade inflamatória que faz parte de uma possível doença. Às vezes, os exames têm função de diagnóstico diferencial.

Como é feito o tratamento?

Zerbini: Pode ser farmacológico, não farmacológico ou cirúrgico. Tudo depende do tipo da doença, à qual corresponderá um tratamento específico. Prática de exercícios, regime alimentar para controle do peso, principalmente na artrose, são outras indicações possíveis.

Inês: O objetivo é informar sobre a doença, controlar sintomas e evitar a sua progressão. Utilizam-se medicações sintomáticas, além de corticoides quando necessário. Dependendo da resposta do paciente e da gravidade da doença, às vezes são utilizados imunobiológicos ou imunossupressores.

Há cura para essas doenças?

Zerbini: Depende da doença. Entretanto, não utilizamos o termo cura, mas remissão, que significa o desaparecimento dos sintomas, isto é, a não manifestação deles por determinado período de tempo.

Inês: Ainda não podemos falar em cura dessas doenças. Mas a meta do tratamento é sempre chegar a um estado clínico muito próximo dela.

(Cristina Almeida) 



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