segunda-feira, 27 de maio de 2013

Luta contra o tabagismo

Na luta contra o tabagismo, milhares de fumantes adotam os recursos de reposição de nicotina
Por Ivan Alves
Na tentativa de parar de fumar, diversas pessoas optam por lutar contra o vício sem ajuda especializada. Adesivos, pastilhas e gomas de mascar de nicotina são as primeiras opções procuradas por candidatos a não-fumante. Mas esses eles funcionam de fato? Quais são as restrições?
Há um consenso entre os profissionais da área: depois de tomada a decisão de parar, procure um médico. A automedicação não é recomendada, uma vez que a quantidade de nicotina liberada pode ser insuficiente ou exceder as necessidades fisiológicas do dependente. Gestantes e mulheres que estão amamentando estão entre os casos contraindicados.
"Abandonar as tragadas é bastante difícil, e o processo varia de pessoa para pessoa", aponta Marina Kassab, psicóloga e consultora de projetos da Aliança de Controle do Tabagismo (ACT). Segundo ela, é necessário que o especialista identifique o grau de dependência de cada paciente, considerando fatores como frequência, quantidade diária e tempo de exposição ao cigarro para indicar os chamados repositores de nicotina. O tratamento para deixar de fumar requer acompanhamento psicológico e até a prescrição de antidepressivos. Cerca de 40% dos pacientes precisam tomar esse tipo de medicamento.
Efetivos no combate
Nessa batalha, a abstinência é o inimigo a ser batido. "Os chicletes, pastilhas e os adesivos devem ser utilizados sem temor, mas sempre sob supervisão médica", indica Jaqueline Scholz Issa, cardiologista e responsável pelo Ambulatório Antitabagismo do Instituto do Coração (Incor), em São Paulo. "Eles são eficazes, pois liberam a substância na corrente sanguínea, aliviando o desconforto causado pela ausência da nicotina no corpo. Mas é preciso aconselhamento profissional para obter resultado".
Sem orientação, os usuários costumam usar errar na dosagem. A falta gera desmotivação e descrédito no produto, enquanto o excesso pode levar ao uso indiscriminado. No segundo quadro, há casos em que o fumante abandona o cigarro e torna-se dependente do recurso que deveria ajudá-lo. De acordo com a especialista, o tempo em que se deve fazer o uso de adesivos, pastilhas e chicletes varia de 12 a 16 semanas (sob supervisão médica, esse período pode ser estendido).  
Adesivo
Há duas categorias de adesivos, uma para uso contínuo e outra que dispensa a aplicação durante o sono. O primeiro grupo é comercializado em unidades que liberam 21 mg, 14 mg e 7 mg de nicotina por dia e fica fixada ao corpo por 24 horas, sendo retiradas apenas na substituição por uma nova. O segundo conjunto de etiquetas, com opções de 15 mg, 10 mg e 5 mg da substância, é aplicada por 16 horas, desenvolvida para pacientes que preferem dormir sem o adesivo.
Ao contrário do que sugerem algumas sátiras, uma unidade costuma dar conta do recado. Os exemplares de 21 mg e 15 mg correspondem à mesma quantidade de nicotina presente em um maço de cigarros.
Goma de marcar e pastilha
É indicado o consumo de uma unidade por hora. A recomendação, no entanto, é de uso associado ao adesivo. "Adeptos das pastilhas e gomas costumam abusar, levando uma à boca a cada sinal de abstinência, caracterizando outra situação em que o cigarro pode ser substituído por esse tipo de produto. O ideal é que se recorra a esses recursos apenas em momentos de fissura e recaídas", conclui.
Quando você para de fumar por...
Um dia
coração, pressão sanguínea e o sangue já apresentam melhoras
Um ano
o risco de doença coronariana cai pela metade, se comparado a um fumante ativo
Cinco a 15 anos
o risco de infarto é o mesmo de uma pessoa não-fumante
Dez anos
o risco de câncer de pulmão cai para menos da metade, se comparado a um fumante ativo
15 anos
o risco de doença coronariana é o mesmo de uma pessoa que nunca fumou, assim como o de outras enfermidades causadas pelo uso do tabaco.
Acima de 15 anos

o risco de doença coronariana é o mesmo de uma pessoa não-fumante
Fonte: Organização Mundial da Saúde (OMS)

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