sábado, 9 de novembro de 2013

Casamento ou qualquer tipo de união


"Escrevi um texto em que afirmava que achava bonito o ritual do casamento na igreja, com seus vestidos brancos e tapetes vermelhos, mas que a única coisa que me desagradava era o sermão do padre: "Promete ser fiel na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, amando-o(a) e respeitando(a) até que a morte vos separe?"

Acho simplista e um pouco fora da realidade. Dou aqui novas sugestões de sermões: 

- Prometes não deixar que a paixão faça de ti uma pessoa controladora, e sim respeitar a individualidade do teu amado, lembrando-te sempre de que ele não te pertence que está ao teu lado por livre e espontânea vontade? 

- Prometes saber ser amiga(o) e ser amante, sabendo exatamente quando devem entrar em cena uma e outra, sem que isso te transforme numa pessoa de dupla identidade ou numa pessoa menos romântica? 

- Prometes fazer da passagem dos anos uma via de amadurecimento e não uma via de cobranças por sonhos idealizados que não se chegaram a concretizar?

- Prometes sentir o prazer de estar com a pessoa que escolheste e ser feliz ao lado dela pelo simples facto de ser a pessoa que melhor te conhece e, portanto, a mais bem preparada para te ajudar, assim como tu a ela? 

- Prometes que te deixas conhecer?

- Prometes ser uma pessoa gentil, carinhosa e educada e não usar a rotina como desculpa para a falta de sentido de humor?

- Prometes que farás sexo sem pudores, que farás filhos por amor e por vontade, e não porque é o que esperam de ti, e que os educarás para serem independentes e bem-informados sobre a realidade que os aguarda?

- Prometes que não dirás mal da pessoa com quem casaste só para fazer os outros rir?

- Prometes que a palavra liberdade continuará a ter a mesma importância que sempre teve na sua vida, que saberás responsabilizar-te por ti mesmo sem ficares escravizado pelo outro e que saberás lidar com a tua própria solidão, que casamento algum elimina? 

- Prometes que serás igual àquilo que eras minutos antes de entrar na igreja?

Sendo assim, declaro-os muito mais do que marido e mulher: declaro-os MADUROS."


(Mário Quintana)

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