quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Traição: Perdoei, mas não esqueci...


Trair é mentir e enganar seu par, isto é, deixá-lo (a) acreditar que “está tudo bem” ou que “nada está acontecendo”.
Este tipo de atitude coloca o outro na situação de sujeito passivo frente a um fato que lhe diz respeito. Por outro lado, contar-lhe a verdade é dar a chance de ele (a) exercer no espaço territorial do casal seu direito de saber o que, de fato, acontecendo e torná-lo sujeito atuante diante da crise da relação.
A infidelidade é um marco avassalador a que nem todas as relações resistem, e só é possível perdoar e reconstruir a relação se cada um acreditar que não há culpado e inocente e sim co-responsáveis e que só existe uma terceira pessoa no vácuo de uma crise conjugal que necessita ser corajosamente enfrentada. 
A relação extraconjugal vem preencher as lacunas que se instalaram ao longo do tempo, na sequência do afastamento físico e/ ou emocional dos cônjuges.
Não é fácil olhar para trás e, sobretudo para dentro de si e perceber que os sinais estavam lá e que trazê-los à luz da discussão e do diálogo teria evitado todo o conflito. 
Entrar em contato com a raiz da traição dentro de si pode ser extremamente doloroso, mas com certeza, é libertador.
Encarar sua co- responsabilidade oferece a cada um a liberdade de escolher ir ou ficar e reconstruir a relação. 
No entanto, por mais que o casal tome consciência do que causou a traição e assuma que quer ultrapassar este marco, magoar o outro tem um preço a ser pago e neste caso, se chama REPARAÇÃO. 
Sem ela, não tem como superar a infidelidade. 
Quem traiu perdeu a confiança do outro e tem a tarefa de reconquistá-la, custe o que custar.
 Esse é o preço. 
Quem foi traído deve cuidar melhor do “lugar que deixou vago” para uma terceira pessoa. 
Este momento requer maturidade e o desenvolvimento de algumas competências que permitam a ambos saírem dos antigos padrões funcionais e investirem emocionalmente um no outro. 

(Helô Pereira  - Psicoterapeuta de casais)

Um comentário:

  1. Que lindo! passei por essa situação a algum tempo atrás e passamos por um processo de reconstrução da relação, da confiança.
    Confesso q foi muito difícil e ainda é. Hoje vivo bem com o meu marido, confio nele e estamos sempre juntos, mas não esqueço do sentimento de traição que tive e que sempre volta.

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