Esse mantra o OM - é uma sílaba sânscrita hindu de invocação, afirmação e benção solene. É composta de três letras a-u-m que simbolizam os três vedas principais e os três níveis de consciência segundo a concepção hindu. É também símbolo monossilábico da Trimutri (a tríade hinduísta, composta de Brahma, Vishnu e Shiva). O OM é considerado um dos mais importantes mantras (palavras ou sons de poder que contém poder mágico ou espiritual), e seu valor está contido tanto na própria idéia que representa como no seu poder fonético ou vibracional.
Esta maravilhosa invocação significa: "Saúdo a Joia do Lótus". Algumas Divindades e Seres Ascendidos são visualizados e representados com uma flor de Lótus.
Assim também nossa Amada Kuan Yin pode ser vista sentada sobre uma destas flores.
Este mantra está gravado em muitas orações, em elementos ornamentais (anéis, pulseiras, medalhões, etc.), assim como em pedras de muitos templos.
É uma poderosa corrente de energia espiritual, da qual você pode se conectar através deste mantra, falado oral ou mentalmente em atitude de meditação.
"OM-MANI-PADME-HUM" - significa "A joia do Lótus"
Om Mani Padme Hum: O Mantra da compaixão - Este Mantra te conecta com a energia da mestra ascensa Kwan Yin.
Este Mantra protege a aura evitando que baixe a energia.
Cada parte deste Mantra produz algo:
OM, sentes a ligação com Kwan Yin.
MANI, significa Joia. ajuda a eliminar as más energias da aura.
PADME, significa Lótus, harmoniza a aura.
HUM, estimula a percepção da aura e estimula sua harmonia.
Om mani padme hum é possivelmente o mantra mais famoso do Budismo; o mantra de seis sílabas do bodhisattva da compaixão: Avalokiteshvara Kwan Yin.
De origem indiana, de lá foi para o Tibete. É o mantra mais entoado pelos budistas tibetanos.
• Om
fecha a porta para o sofrimento de renascer no reino dos deuses. O sofrimento do reino dos deuses surge da previsão da própria queda do reino dos deuses [isto é, de morrerem e renascerem em reinos inferiores]. Este sofrimento vem do orgulho.
• Ma
fecha a porta para o sofrimento de renascer no reino dos deuses guerreiros (sânscr. asuras). O sofrimento dos asuras é a briga constante. Este sofrimento vem da inveja.
• Ni
fecha a porta para o sofrimento de renascer no reino humano. O sofrimento dos humanos é o nascimento, a doença, a velhice e a morte. Este sofrimento vem do desejo.
• Pad
fecha a porta para o sofrimento de renascer no reino animal. O sofrimento dos animais é o da estupidez, da rapina de um sobre o outro, de ser morto pelos homens para obterem carne, peles etc., e de ser morto pelas feras por dever. Este sofrimento vem da ignorância.
• Me
fecha a porta para o sofrimento de renascer no reino dos fantasmas famintos (sânscr. pretas). O sofrimento dos fantasmas famintos é o da fome e o da sede. Este sofrimento vem da ganância.
• Hum
fecha a porta para o sofrimento de renascer no reino do inferno. O sofrimento dos infernos é o calor e o frio. Este sofrimento vem da raiva ou ódio.
Tradução: Recebemos a Joia da consciência no coração do Lótus. (O Lótus é o chakra).
Significa - Recebemos a joia da consciência divina, no centro do nosso chakra da coroa.
Avalokitesvara Kwan Yin alcançou tão elevado grau de espiritualidade, como se tivesse subido a mais alta montanha. Destas alturas, estava para partir à planos ainda mais elevados, e distantes da terra, quando ouviu um gemido que vinha do inconsciente coletivo da humanidade.
O lamento por sua partida. Seu coração encheu-se de compaixão e Avalokitesvara prometeu ficar neste planeta trabalhando e servindo para evolução da humanidade. Este juramento bodhisattva, é feito por todos os Mestres que servem a Luz da Grande Fraternidade Branca. Eles deixam de seguir as sua evolução em planos superiores, para servir a Luz de seus irmãos ainda encarnados. Ao recitarmos o Mani Mantra, estamos penetrando a mesma roda metafísica que os Mestres Ascensos e não Ascensos da Grande Fraternidade Branca que estão constantemente empurrando - a Roda da Evolução Espiritual da humanidade.
Este mantra tem sua origem na Índia e de lá foi para o Tibet. Os tibetanos não conseguiram entoá-lo da mesma forma, mudando sua pronuncia para: OM MANI PEME HUNG este é o mantra mais utilizado pelos budistas tibetanos. Qualquer pessoa pode entoá-lo. Estando feliz ou triste, ao entoar o "Mani Mantra", uma espontânea devoção surgirá em nossa mente e o grande caminho será fortemente realizado.
O mantra OM MANI PADME HUM, é fácil de pronunciar e poderoso pois contém a essência de todo o ensinamento. Muito tem sido escrito sobre este mantra e é impressionante que apenas seis silabas possam atrair tanto comentário importante. De acordo com Dalai Lama, o propósito de recitar este mantra é transformar o corpo impuro de suas palavras e mente, no puro e louvado corpo, palavra e mente de um Buda. O som de cada silaba é visto como tendo uma forma paralela espiritual. Fazer o som de cada silaba portanto, é alinhar a si mesmo com aquela qualidade espiritual particular e para se identificar com isto.
Existe também um grande numero de outros beneficio que resultam da repetição deste mantra, incluindo a produção do mérito e destruição do carma negativo.
OM - A primeira silaba, recitá-la o abençoa para atingir a perfeição na pratica da generosidade.
MA - Ajuda a aperfeiçoar a pratica da ética pura.
NI - Ajuda a atingir a perfeição na pratica da tolerância e paciência.
PAD - Ajuda a conquistar a perfeição na pratica da perseverança.
ME - Ajuda a conquistar a perfeição na pratica da concentração.
HUM - Ajuda na conquista da perfeição na pratica da sabedoria.
A senda das seis perfeições é a senda de todos os budas. Cada uma das seis silabas elimina um dos venenos da consciência humana.
OM - Dissolve o orgulho
MA - Liberta do ciúme e da luxuria.
NI - Consome a paixão e os desejos
PAD - Elimina a estupidez e danos.
ME - Liberta da pobreza e possessividade.
HUM - Consome a agressão e o ódio.
Os mantras são frequentemente, os nomes dos budas, bodhisattvas ou mestres e que o compuseram. Os mantras são investidos com um infalível poder de ação, de forma que a repetição do nome da deidade, transmite as qualidades de sua mente. O nome é idêntico a deidade ou essência da deidade que o compôs e com ele presenteia a humanidade dando a seus irmãos a essência de tudo aquilo que ele atingiu em muitas vidas de esforço e sagrado oficio. Dando o glorioso resultado de seu momentum de sabedoria.
Ao recitar este mantra, o meditante também pode conseguir as qualidades do Chenrezig, o bodhisattva da compaixão, conhecido na tradição Mahayana como Avalokitesvara. O mantra OM MANI PADME HUM, chamado de mani mantra, levanta algumas traduções misteriosas. Diz a tradição que este mantra significa o nome Chenrezig. Contudo, Chenrezig não tem nome, mas ele é designado por nomes. Estes nomes são a taça para a compaixão a benção e a força que ele derrama. Portanto este é apenas um dos nomes de Chenrezig, MANI PADME, colocado entre as duas silabas sagradas OM e HUM.
Chenrezig, Avalokitesvara e Kwan Yin são os nomes do mesmo Buda da compaixão.
OM - Representa o corpo de todos os budas, também o começo de todos os mantras.
MANI - Joia em sânscrito
PADME - Lótus ou chakra
HUM - A mente de todos os budas e frequentemente finalizam os mantras.
MANI - Refere-se a Joia que Chenrezig segura no centro de suas duas mãos.
PADME - Refere-se ao lótus que ele segura na sua segunda mão esquerda.
Dizendo MANI PADME estamos nominando Chenrezig através de seus atributos: "Aquele que segura a Joia e o Lótus". Chenrezig ou Joia do Lótus são dois nomes para a mesma deidade. Quando recitamos este mantra, estamos na verdade repetindo o nome de Chenrezig. Este mantra é investido com a benção e o poder da mente de Chenrezig, sendo que ele mesmo reúne a benção e a compaixão de todos os budas e bodhisattvas. Desta forma o mantra é imbuído com a capacidade de purificar nossa mente de sua obscuridade. O mantra abre a mente para o amor e compaixão e a conduz ao despertar.
Sendo a deidade e o mantra um em essência, significa que é possível recitar o mantra sem necessariamente trabalhar a visualização. A recitação permanece efetiva.
Cada uma das seis silabas sagradas retêm um efeito purificador genuíno.
OM - Purifica o corpo
MA - Purifica a palavra
NI - Purifica a mente
PAD - Purifica as emoções
ME - Purifica as condições latentes
HUM - Purifica o véu que encobre o conhecimento
Cada silaba é ela mesma uma oração
OM - É oração dirigida ao corpo dos budas
MA - É oração dirigida à palavra dos budas
NI - É oração dirigida à mente dos budas
PAD - É oração dirigida às qualidades dos budas
ME - É oração dirigida à atividades dos budas
HUM - Reúne a graça (benção) do corpo, palavra, mente, qualidade e atividade dos budas.
Estas seis silabas correspondem à transcendental perfeição dos budas secretos.
OM - Ratnasambhava, Buda que nos inunda com sua sabedoria de igualdade e nos liberta do orgulho espiritual, intelectual e humano.
MA - Amogasidhi, Buda que nos inunda com sua sabedoria que a tudo realiza, a sabedoria da ação perfeita e liberta-nos do veneno da inveja e do ciúme.
NI - Vajrasattva, Buda nos inunda com a sabedoria da vontade diamantina de Deus. Consome em nós o veneno do medo, da duvida e da descrença em Deus, o único Guru.
PAD - Vairochana, Buda que nos inunda com a sabedoria penetrante do dharmakaya, a poderosa Presença Eu Sou. Consumindo em nós o veneno da ignorância.
ME - Amithaba, Buda que nos inunda com a sabedoria da discriminação e consome em nós os venenos das paixões : Todos os desejos intensos, cobiça, avareza e luxuria.
HUM - Akshobhya, Buda que nos inunda com a sabedoria que se reflete como num espelho e consome em nós os venenos de raiva, ódio e criações de ódio.
As seis silabas sagradas OM MANI PADME HUM são a essência das cinco famílias de budas secretos. São a fonte para todas as qualidades e profunda alegria. É a senda que conduz a uma elevada existência para a liberdade da alma.
É muito bom recitar o mantra OM MANI PADME HUM, mas enquanto você estiver fazendo você deveria pensar em seu significado, pois o significado das seis sílabas é grande e vasto. O primeiro, OM é composto de três letras, A, U e M. Elas simbolizam o corpo, a fala e a mente impuras do praticante, elas também simbolizam o corpo, a fala e a mente exaltadas de um Buda.
O corpo, a fala e a mente impuras podem ser transformadas no corpo, fala e mente puras, ou elas são totalmente separadas? Todos os Budas são casos de seres que eram com nós e então na confiança do caminho se tornaram iluminados; o Budismo não afirma que existe alguém que desde o princípio está livre de faltas e possuem todas as boas qualidades. O desenvolvimento do corpo, fala e mente puras acontece gradualmente deixando que os estados e os seres impuros se transformem em puros.
Como isso é feito? O caminho é indicado pelas próximas quatro sílabas. MANI, que significa joia, simboliza os fatores do método - a intenção altruísta de se torna iluminado, compaixão e amor. Tanto quanto uma joia é capaz de remover a pobreza, ou dificuldades, da existência cíclica e da paz solitária. Da mesma forma que uma joia preenche os desejos dos seres sencientes, a intenção altruísta de se tornar iluminado preenche os desejos dos seres sencientes.
A duas sílabas, PADME, que significa lótus, simbolizam sabedoria. Da mesma forma que o lótus cresce da lama mas não se imunda pelas faltas da lama, a sabedoria é capaz de colocá-lo numa situação de não-contradição apesar de que haveria contradição se você não tivesse sabedoria. Existe sabedoria que percebe a impermanência, sabedoria que percebe que as pessoas são vazias, de serem auto-suficientes ou substancialmente existentes, sabedoria que percebe a vacuidade da dualidade - que quer dizer, da diferença da entidade entre sujeito e objeto - e sabedoria que percebe a vacuidade da existência inerente. Portanto existem muitos tipos diferentes de sabedoria, e a principal de todas elas é a sabedoria de se perceber a vacuidade.
A Pureza deve ser conquistada por uma unidade indivisível de método e sabedoria, simbolizada pela sílaba final HUM, que indica indivisibilidade. De acordo com o sistema sutra, esta indivisibilidade de método e sabedoria se refere à sabedoria afetada pelo método e ao método afetado pela sabedoria. No veículo mantra, ou tatrico, ela se refere à consciência única na qual existe a forma completa de ambos, sabedoria e método, como uma entidade indiferenciável. Em termos das sílabas sementes dos cinco Budas Conquistadores, HUM, é a sílaba semente de Akshobhya - o imóvel, o que não vacila, aquele que não pode ser perturbado por nada.
Assim, as seis sílabas, OM MANI PADME HUM, significam que na confiança da prática de um caminho que é uma união indivisível de método e sabedoria, você pode transforma seu corpo, fala e mente impuras no corpo, fala e mente exaltadas de um Buda. É dito que você não deveria sair em busca do Budato fora de si mesmo, as substâncias para a aquisição do Budato estão dentro. Como Maitreya diz em seu Continuum Sublime do Grande Veículo (Uttaratantra), todos os seres naturalmente possuem a natureza de Buda dentro de seus próprios continuum. Nós temos dentro de nós a semente da pureza, a essência de um Assim Partiu (Tathagatagarbha), que pode ser transformada e completamente desenvolvido para o Budato.
Abaixo segue um trecho sobre Chenrezig (imagem) e seu mantra, traduzido do livro "The Heart Treasure of the Enlightened Ones", de Dilgo Khyentse Rinpoche. É um comentário belíssimo, fundamental, sobre os versos de Patrul Rinpoche conhecidos como "The Practice of View, Meditation and Action - A Discourse Virtuous in the Beginning, Middle and End":
Ah! Fonte da compaixão, meu lama-raiz, Senhor Chenrezig.
Você é meu único protetor!
O mantra de seis sílabas, essência de sua fala, é o Dharma sublime;
De agora em diante, não tenho nenhuma esperança a não ser você!
Chenrezig é um buda completamente iluminado que, para beneficiar os seres, toma a forma de um bodhisattva. Todos os budas têm apenas uma natureza, e sua compaixão é personificada em Chenrezig. Como personificação da compaixão de todos os budas, Chenrezig é ao mesmo tempo a fonte de todos os budas e bodhisattvas, já que a compaixão é exatamente a raiz da iluminação. Chenrezig é compaixão em si mesma na forma de uma deidade. Chenrezig é o Buda, Chenrezig é o Dharma, Chenrezig é a Sangha; Chenrezig é o Lama, Chenrezig é o Yidam, Chenrezig é a Dakini; Chenrezig é o Dharmakaya, Chenrezig é o Sambhogakaya, Chenrezig é o Nirmanakaya; Chenrezig é Amitabha, Chenrezig é o Guru Rinpoche, Chenrezig é Arya Tara; e, acima de tudo, Chenrezig é nosso próprio lama-raiz. Como cem riachos passando sob uma única ponte, Chenrezig é a união de todos os budas.
Receber suas bênçãos é receber as bênçãos de todos os budas, e realizar sua natureza é realizar a natureza de todos os budas. Chenrezig tem aparecido nesta era obscura na pessoa de Guru Rinpoche, cuja sabedoria, compaixão e poder são mais ágeis do que os de qualquer outro buda, já que foi para beneficiar especificamente os seres desta era que ele fez suas preces de aspiração. Chenrezig manifesta formas infinitas: reis, mestres espirituais, homens e mulheres comuns, animais selvagens, até montanhas, árvores e pontes -- o que for necessário para preencher as necessidades dos seres sencientes. Até uma brisa suave num dia de calor escaldante ou um momento de alívio durante uma dolorosa doença são manifestações da compaixão de Chenrezig.
De modo similar, o mantra de seis sílabas de Chenrezig, OM MANI PADME HUM, é a sabedoria compassiva de todos os budas na forma de som. Dentro dele está contido o significado essencial de todos os 84 mil ensinamentos de Buda. De todos os diversos mantras de vários tipos, como os mantras de estado desperto, dharanis e mantras secretos, nenhum é superior ao mantra de seis sílabas de Chenrezig. Os enormes benefícios da recitação desse mantra, conhecido como "mani", são descritos muitas vezes tanto nos sutras quanto nos tantras. Costuma-se dizer que recitar o mani mesmo uma única vez é o mesmo que recitar na íntegra os doze ramos dos ensinamentos do Buda. Recitar as seis sílabas do mani torna perfeitas as seis paramitas e bloqueia firmemente qualquer possibilidade de renascimento nos seis reinos do samsara. É uma prática simples, fácil de compreender e acessível a todos, e ao mesmo tempo contém a essência do Dharma. Se você tomar o mani como refúgio, tanto na felicidade quanto na tristeza, Chenrezig sempre estará com você. Você sentirá mais e mais devoção sem qualquer esforço, e por si só toda a realização do caminho Mahayana vai despertar no seu ser.
Segundo o Sutra Karandavyuha, se você recitar 100 milhões de manis, toda a miríade de organismos vivos em seu corpo será abençoada por Chenrezig, e quando você morrer até a fumaça da cremação de seu corpo terá o poder de proteger qualquer um que a inalar do renascimento nos reinos inferiores.
Até uma única sílaba do mantra por si só -- OM, MA ou NI -- carrega um poder inimaginável para abençoar e liberar os seres. Costuma-se dizer que um buda é capaz de feitos extraordinários além da capacidade de qualquer outro ser, como dizer exatamente quantas gotas de chuva iriam cair durante uma tempestade que durasse doze anos. Mas mesmo ele não seria capaz de descrever inteiramente o mérito gerado por uma única recitação do mani. Se ele fosse começar tal descrição, mesmo que todas as florestas da terra fossem transformadas em papel, nunca haveria papel suficiente para escrever mais do que uma parte mínima.
Não há nada no mundo todo que pode realmente assustar e afastar o Senhor da Morte, mas a irradiação aconchegante da compaixão de Chenrezig pode acabar completamente com o terror que uma pessoa sente com a chegada da morte. Isto é o que quer dizer "refúgio absoluto".
Totalmente livre do samsara, Chenrezig está sempre pronto para ajudar os seres sencientes, e mesmo seu movimento mais sutil -- um gesto de sua mão, um piscar de olhos -- tem o poder de nos liberar do samsara. Quando o invocamos recitando o mani, nunca devemos pensar que ele está longe demais para nos escutar, em algum distante campo búdico. Chenrezig está sempre ali com qualquer um que tenha fé nele. Nosso próprio obscurecimento nos impede de, efetivamente, ir para a Montanha de Potala na Terra Pura Exultante de Sukhavati para encontrá-lo face a face, mas na verdade sua compaixão jamais ignora nenhum único ser. Ele se manifesta constantemente em qualquer forma que possa beneficiar ao máximo os seres, particularmente na forma de grandes mestres espirituais. Então devemos compreender com convicção completa que Chenrezig, o protetor supremo que mostra a todos os seres sencientes o caminho da liberação, na verdade não é outro que o nosso lama-raiz.
A chuva de compaixão de Chenrezig cai em todo lugar nos campos dos seres sencientes imparcialmente; mas as mudas da felicidade não podem crescer onde as sementes da fé estão secas. Ter pouca fé é se fechar para o sol radiante de suas bênçãos, como se você estivesse se trancando em um quarto escuro. Mas se você tem fé, não há distância, não há intervalo, entre você e as bênçãos de Chenrezig.
Os ensinamentos do Senhor Buda são inconcebivelmente extensos e profundos. Adquirir uma exaustiva compreensão intelectual deles seria, realmente, um feito raro e digno de nota. Mas mesmo isso não seria suficiente por si só. A menos que alcancemos realização interior com a aplicação de fato dos ensinamentos, com eles unidos em nossa mente, qualquer conhecimento que adquirimos permanece teórico e vai servir apenas para aumentar nossa arrogância intelectual.
Nós temos lido muitos livros e ouvido muitos ensinamentos, mas isso não tem sido muito benéfico para a transformação verdadeira de nosso ser. Deixar a prescrição médica na cabeceira não vai curar a doença. Então volte sua mente para dentro e medite profundamente sobre o significado do Dharma até que ele permeie todo o seu ser.
É por isso que Patrul Rinpoche diz:
O que quer que eu saiba, deixei como teoria; não tem utilidade para mim agora.
O que quer eu tenha feito, gastei nesta vida; não tem utilidade para mim agora.
O que quer que eu pensei, foi tudo apenas ilusão; não tem utilidade para mim agora.
Agora já é tempo de fazer o que é realmente útil -- recitar o mantra de seis sílabas:
Outra explicação sobre o mantra de seis sílabas, Om Mani Padme Hum:
• Om fecha a porta para o sofrimento de renascer no reino dos deuses. O sofrimento do reino dos deuses surge da previsão da própria queda do reino dos deuses [isto é, de morrerem e renascerem em reinos inferiores]. Este sofrimento vem do orgulho.
• Ma fecha a porta para o sofrimento de renascer no reino dos deuses guerreiros (sânscr. asuras). O sofrimento dos asuras é a briga constante. Este sofrimento vem da inveja.
• Ni fecha a porta para o sofrimento de renascer no reino humano. O sofrimento dos humanos é o nascimento, a doença, a velhice e a morte. Este sofrimento vem do desejo.
• Pad fecha a porta para o sofrimento de renascer no reino animal. O sofrimento dos animais é o da estupidez, da rapina de um sobre o outro, de ser morto pelos homens para obterem carne, peles etc., e de ser morto pelas feras por dever. Este sofrimento vem da ignorância.
• Me fecha a porta para o sofrimento de renascer no reino dos fantasmas famintos (sânscr. pretas). O sofrimento dos fantasmas famintos é o da fome e o da sede. Este sofrimento vem da ganância.
• Hum fecha a porta para o sofrimento de renascer no reino do inferno. O sofrimento dos infernos é o calor e o frio. Este sofrimento vem da raiva ou ódio.
Om corresponde ao som sagrado, ao som da criação
Mani quer dizer joia
Padme (diz-se pémé) traduz-se por flor de lótus
Hum (pronunciar hung) é um som sagrado tibetano
Não é traduzível numa simples frase, numa simples palavra. Penso que assim seja porque o caminho por ele indicado também não é simples.
No fundo, podemos pensar na flor de lótus que emerge do lodo, isto é, no nosso ser interior resplandecente que emerge para brilhar na nossa vida.
Quer isto dizer que todos possuímos aquilo que nos pode auxiliar a brilhar e contagiar os outros com a nossa alegria de viver, com a nossa compaixão pelo mundo e pelos outros.
Deixarmos o nosso lótus interior florescer significa que passamos a sentir-nos bem conosco, com os outros e com a vida; passamos a aceitar a diferença e a ser mais tolerantes; passamos a fazer parte da construção de um mundo melhor; passamos a contribuir para lapidar o lótus da humanidade através de pequenos gestos diários, às vezes tão corriqueiros como um sorriso ou uma palavra no momento certo; passamos a possuir um sentimento de pertença à mãe-terra que nos alimenta a vida e alma.
(Solange Christtine Ventura)